Nivaldo da Silva, pesquisador da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN/Poços de Caldas) esteve no Instituto de Geociências (IG) no final de agosto para demonstrar a alunos do 8° período de graduação em Geologia uma técnica para medir radônio no solo. O convite foi feito pelo docente Wanilson Silva, que ministra a disciplina Geologia de Campo III, junto com Alfredo Borges e Gelvam Hartmann. Wanilson orienta junto com Nivaldo a pesquisa da doutoranda Danila Dias, que irá monitorar o gás radioativo na Unicamp e em Poços de Caldas.
Danila explica que todo solo tem radônio – o que varia é sua concentração. “O radônio vem do urânio, um metal radioativo que faz parte da gênese da Terra. Buscamos regiões que estão mais propensas a um alto índice de radônio e nessas regiões fazemos a medição da radiação do radônio e da permeabilidade do solo”, explica. Na atividade realizada com os estudantes, Nivaldo apresentou o procedimento para se obter estes parâmetros. Na demonstração, foi feito um triângulo equilátero no solo, com 5 metros de lado. As medidas da permeabilidade do solo e radiação de radônio foram realizadas em 4 pontos – 3 nos vértices e 1 no centro.
O pesquisador explica que a permeabilidade e a radiação são obtidas através de um tubo cravado no solo, a uma profundidade de cerca de 80 cm, e através dele se injeta ar (para calcular a permeabilidade) e se suga ar (para medir a radiação). Com os dados obtidos é possível fazer cálculos por meio de equações - quanto maior for a permeabilidade e a radiação no solo, maior será o risco de exposição ao radônio. “Essa profundidade é importante porque o gás radônio ali aprisionado é o que, de fato, escapa para a atmosfera”, explica.
Os dados coletados serão aproveitados nas pesquisas que estão sendo desenvolvidas no IG.
Por Eliane Fonseca Daré
Imagens: divulgação IG