O artigo “Modelando a formação da cratera de impacto Menrva em Titã: implicações para habitabilidade” é capa da edição de novembro da revista Icarus, da Elsevier, fundada por Carl Sagan e dedicada à divulgação científica do campo da ciência planetária. O artigo é fruto do projeto que o docente do Departamento de Geologia e Recursos Minerais do IG Alvaro Penteado Crósta começou a desenvolver entre 2018 e 2019 durante o período em que esteve como cientista-visitante do Jet Propulsion Laboratory (JPL), centro de pesquisa da California Institute of Technology (Caltech) e da NASA que desenvolve pesquisas avançadas em exploração espacial.
Titã é a maior lua de Saturno e seu diâmetro é 50% maior do que o da lua da Terra. Por conter um oceano gelado, orgânico, com uma geologia ativa e com uma atmosfera densa, Titã é alvo de muitas pesquisas astrobiológicas. O artigo apresenta a modelagem da formação da maior cratera de Titã, Menvra, que possui um diâmetro de 425 Km e cuja imagem, publicada no estudo, foi divulgada na capa da Icarus.
O mapeamento da cratera em Titã foi um desafio devido às restrições de janelas atmosféricas de metano disponíveis na atmosfera e à limitação espacial de dados de radar adquiridos pela missão Cassini. A formação de Menrva foi analisada do ponto de vista dos benefícios potenciais que poderia ter para a criação de um ambiente habitável. A principal questão científica abordada é se grandes impactos podem contribuir para o início de tal ambiente na lua de Saturno. Foram empregadas simulações numéricas da formação da cratera Menrva para entender se porções da camada de gelo sabidamente rico em compostos orgânicos e o oceano de água subterrânea iria se misturar. O estudo sugere que há condições para um cenário propício para um ambiente habitável transitório.
Leia o artigo completo em https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0019103521003365?via%3Dihub
Por Eliane Fonseca