O clima de insegurança com possíveis cortes e falta de pagamento de bolsa, além da falta de informação por parte do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fez com que docentes e alunos do Programa de Pós-Graduação em Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências se reunisse na quarta, 11, para esclarecer dúvidas. A reunião foi organizada pelo coordenador do programa, Marko Monteiro.
O reitor Marcelo Knobel anunciou recentemente a criação de um grupo de trabalho para discutir medidas emergenciais de apoio aos pós-graduandos atingidos pelo contingenciamento. A situação mais preocupante é com relação às 690 bolsas de doutorado e 488 de mestrado do CNPq concedidas à Unicamp. Desse total, o IG tem 19 de doutorado e 17 de mestrado. Há possibilidade do Conselho não repassar as bolsas já a partir de outubro. No entanto, não há informações oficiais, o que vem gerando grande insegurança entre os bolsistas.
Os alunos presentes à reunião no IG mostraram-se preocupados com a onda de boatos e levantaram questões como o contrato de exclusividade assinado com o CNPq. Outra preocupação apontada foi a eventual perda de vínculo com os Programas de Pós-Graduação aos quais estão vinculados. Marko Monteiro descartou essa hipótese e destacou a importância de ser realista nesse momento de vulnerabilidade e de boatos. De acordo com os professores presentes à reunião, serão analisados caso a caso e os docentes do IG farão todo o possível para que os alunos terminem seus cursos, apesar das incertezas.
Emilson Pereira Leite, coordenador geral da pós-graduação do IG, participou da reunião da Comissão Central de Pós-Graduação da Unicamp e lembrou da mobilização da Unicamp para tentar ajudar os alunos, mesmo que de forma paliativa. “O que temos feito junto à Pró-Reitoria de Pós-Graduação é estar em contato com o CNPQ na tentativa de obter informações mais concretas sobre a questão orçamentária. No entanto, essas informações não estão chegando e temos encontrado dificuldade em saber sobre o futuro”, disse.
O coordenador também está preocupado com relação às restrições orçamentárias enfrentadas pela CAPES. O docente destacou que vem acompanhando a situação e tentando tranquilizar os alunos na medida do possível, para que continuem desenvolvendo seus trabalhos. “Essa é uma luta em conjunto, a favor da Universidade pública, da ciência e da pesquisa brasileira. Nesse meio está a pós-graduação. Estaremos sempre lutando para que nossos alunos consigam desenvolver seus trabalhos da melhor maneira possível, porque eles constituem parte essencial na produção de novos conhecimentos científicos. Por parte do IG, daremos todo o suporte que tiver ao nosso alcance. Estaremos sempre à disposição, tentando incentivá-los”, frisou.