As belezas naturais e a biodiversidade das regiões litorâneas podem esconder um cenário de alta fragilidade do ponto de vista ambiental. Sensíveis às mudanças físicas e à ação do homem nos locais, são áreas que necessitam de estudo e planejamento detalhado, para que flora, fauna e comunidades humanas possam viver em harmonia, sem trazerem riscos ao ambiente, nem serem por ele prejudicados. No Estado de São Paulo, a região do Litoral Sul, que abrange as cidades de Iguape, Cananéia e Ilha Comprida, é um exemplo claro dessa realidade. O local é um dos mais pobres do Estado e, desde o período da colonização do país, sofre com os efeitos do extrativismo e da falta de planejamento para as ocupações de suas terras.
Para auxiliar o poder público e instituições responsáveis por esse tipo de organização, uma pesquisa de doutorado, realizada no Instituto de Geociências da Unicamp, investigou a realidade natural e humana dessas cidades e cruzou dados geográficos e sociais para mapear os riscos ambientais aos quais a região está submetida. O autor da tese é Edson Antonio Mengatto Junior, que contou com a orientação da professora Regina Célia de Oliveira (IG) e coorientação do professor João dos Santos Vila da Silva (Embrapa). Além de identificar os pontos de maior risco ambiental, a pesquisa também chama a atenção para as vantagens de se utilizar informações de geoprocessamento para esse planejamento e para a importância de os moradores do local conhecerem esses dados, para que eles mesmos possam ser agentes de preservação da área.
Leia a matéria de Felipe Mateus no Jornal da Unicamp.
Foto: Edson Mengatto
Edição de imagem: Alex Matos.