Texto de Maria José Mesquita, docente do DGRN
Na Disciplina de Prospecção Mineral as/os estudantes desenvolvem, através da metodologia de Aprendizagem por Projeto, um projeto em grupo de Pesquisa Mineral com o banco de dados GeoSGB do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Escolhem uma folha 1:100.000 do Vale do Ribeira e reúnem e analisam dados para decidir onde seria o melhor lugar de fazer uma pesquisa mineral para a comodity escolhida pelo grupo.
A saída de campo tem como objetivo conhecer o local sobre o qual estão pesquisando e refletir sobre como ser geólogo e tomar decisões em locais complexos, que reúnem um passivo ambiental da época da exploração desenfreada e sem cuidados de chumbo da década de 70/80, de reservas quilombolas e de povos originários que lutam contra a concessão de parques ecológicos de Mata Atlântica, como o PETAR (Parque Estadual Turístico Alto do Ribeira), que visitamos.
Com a participação do geólogo Francisco Campos e de técnicos de mineração do SGB-SP como o Luiz Alberto Santiago e apoio do CIEM-Apiaí, desenvolvemos estudos das rochas, amostragem de sedimentos de rio e solo e no último dia visitamos a caverna Santana. Pergunto às/aos estudantes por quê a saída de campo é nesta reserva ecológica e por quê visitamos a caverna no último dia.
Sem saber a resposta, comento que as/os geólogos do presente e do futuro que trabalham com mineração precisam ser ambientalistas também. Precisam enxergar e conhecer os povos e os locais paradisíacos do Vale para tomarem decisões de onde preservar e onde minerar. Discutimos por fim sobre qual o limite do avanço capitalista desenfreado, que passa por cima dos povos e do ambiente.
Agradeço às monitoras e monitores PED e PAD e a todas e todos os estudantes futuros geólogos. Sejam conscientes e responsáveis nas suas futuras decisões!
Imagens: arquivo da disciplina