Uma linha do tempo dos mapas geológicos do estado de São Paulo está exposta no hall da Biblioteca Conrado Paschoale, do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp até o final de outubro. A exposição é parte de um projeto submetido ao Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) e é resultado de um levantamento feito pelo aluno de Geografia Victor Fidencio Andretta.
De acordo com Antonieta Almeida Santos, bibliotecária responsável pela mapoteca do IG, o objetivo principal do projeto foi o de “fazer um levantamento dos mapas geológicos do acervo que são do Estado de São Paulo, mostrando a evolução em termos de informação, de impressão e também de variação na escala”. Na exposição, há mapas elaborados entre 1929 e 2005, sendo quase todos originais. O único não original é o de 1929, que pertence ao Instituto Geológico de São Paulo, que enviou uma cópia digital para ser a referência inicial da linha do tempo. Segundo Antonieta, há duas impressões desse mapa – uma em escala 1 para 1 milhão e outra em 1 para 2 milhões, que é a que está exposta.
A linha do tempo do mapeamento desenvolvida por Victor parte de dados pesquisados em fontes primárias, que são documentos que registram a história dos mapas geológicos de SP, e também pela internet. “Essa é uma oportunidade de desenvolver uma atividade relacionada com os estudos dele, que resgatou essa evolução e fez um comparativo entre os mapas”, apontou Antonieta.
Mapoteca
A mapoteca do IG é referência para as demais unidades da Unicamp. São 12 mil exemplares, cujo foco é a região Sudeste do Brasil,principalmente do Estado de São Paulo que atendem a demanda dos alunos de Geografia e Geologia do IG, mas também de cursos como Arquitetura, Engenharia Civil, Economia e Educação. Dentre seu acervo está um exemplar raro – a terceira edição do mapa geral da América do Sul, de 1893, protegido num expositor. Há apenas dois exemplares localizados – um no IG e outro na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.
A mapoteca surgiu no final da década de 80 com a antiga diretora Márcia Baena. Naquela época havia cerca de 50 mapas doados por docentes do IG. Já no final dos anos 90, um docente do IG em entendimentos com o Instituto Geográfico e Cartográfico do Estado de São Paulo obteve uma doação de 5 mil mapas. A necessidade de especialização com o tratamento daquele material levou então Antonieta a um estágio na mapoteca da Pennsylvania State University. A bibliotecária trouxe experiências específicas, permitindo assim o delineamento da mapoteca do IG como ela é hoje. Um exemplo foram os móveis deslizantes, ao invés de gavetas, que facilitam a identificação e o acesso.
Houve ainda outra grande doação de uma empresa particular de acervo impresso, que estão sendo incorporados à coleção. Há também exemplares recebidos do Serviço Geológico do Brasil - CPRM, que doou mapas digitais, como séries completas de levantamentos geológicos e recursos minerais, de áreas variadas.
Texto e fotos: Eliane Fonseca