As anomalias de gadolínio são reconhecidas atualmente como bons marcadores de poluição causada por água residuária. Apesar disso, ainda não existe um método padronizado para a sua estimativa. Neste artigo são comparadas quatro equações, diferentes limiarese diferentes valores de normalização para estimativa das anomalias de Gd em um estudo de caso realizado em um aquífero aluvionar onde existem sistemas de saneamento in-situ. As concentrações de marcadores tradicionais de poluição (tais como condutividade elétrica, NO3_N, NH4–N, Cl-) e de elementos terras raras (ETR) foram medidas em amostras coletadas em poços cacimba.As razões entre a concentração normalizada de Gd medida e a concentração geogênica normalizada de Gd (GdSN/Gd*) variou de 0,7 a 2,8. Verificou-se que a escolha da equação para estimativa da concentração geogênica, assim como o valor do limiar que define a anomalia podem afetar a decisão sobre a ocorrência (ou não) de poluição antropogênica. O valor de referência para normalização não teve papel relevante para esta decisão. Com base nas incertezas analíticas de medida e na interpretação das condições hidrogeológicas da área de estudo, o valor de 1,3 foi considerado adequado como limiar para a definição das anomalias de Gd na área de estudo. A ocorrência de anomalias de Gd acima de 1,8 em dois poços, uma em cada campanha de coleta, confirma que a poluição das águas do aquífero tem como fonte as fossas sépticas existentes na área de estudo, uma vez que a detecção intermitente de anomalias de Gd é uma das características deste tipo de fonte.
Palavras-Chave:elementos terras raras, qualidade da água, fossas sépticas, marcador de poluição antrópica