“Tristeza passa, mas depressão não. Precisa de tratamento”. Quem fez a afirmação foi o médico Lucas Mella, supervisor dos serviços de psiquiatria geriátrica e neuropsiquiatria e da emergência psiquiátrica do Hospital de Clínicas da Unicamp, durante a palestra “Depressão. Como identificar? Como é o tratamento? Como ajudar?”, realizada no dia 6 de novembro no Instituto de Geociências.
Atendendo a um pedido do diretor do Instituto, Sérgio Salles, a apresentação foi organizada pela Comissão Setorial de Acompanhamento de Recursos Humanos (CSARH). Embora não faça parte de suas atribuições, a CSARH-IG considera fundamental o cuidado com a saúde mental da comunidade acadêmica e, por essa razão, endossou a iniciativa. Sérgio Salles iniciou a palestra falando sobre a importância da discussão do assunto e do encaminhamento daqueles que necessitam de ajuda.
Segundo Lucas Mella, cerca de 25 % das pessoas tiveram, tem ou terão depressão ao longo da vida. A doença tem maior prevalência entre mulheres de 35 a 49 anos e é a segunda maior causa de incapacidade no mundo. Alguns sintomas são similares à tristeza, mas, em regra, há diferenças marcantes. Na tristeza, por exemplo, a autoestima é preservada ao passo que na depressão fica muito comprometida. A tristeza tem um fator desencadeante importante como luto ou perda de emprego, enquanto que a depressão surge sem motivos. A tristeza dura dias e a depressão, semanas ou meses. Na tristeza há sintomas corporais mínimos. Já na depressão, tais sintomas são graves.
O tratamento pode envolver o uso de fármacos, a eletroconvulsoterapia e o tratamento não farmacológico, como psicoterapia e atividade física regular. Segundo o médico, não tratar a depressão leva a uma cronificação do quadro. A Unicamp oferece serviço de atendimento à saúde mental para docentes e funcionários no Centro de Saúde da Comunidade (Cecom) e para alunos no Serviço de Assistência Psicológica e Psiquiátrica (Sappe).
Por Eliane Fonseca
Fotos Divulgação IG