Um fóssil do bípede Macrocollum itaquii, ancestral dos dinossauros de pescoço longo, que viveu há cerca de 225 milhões de anos onde hoje é o Rio Grande do Sul, ajuda a explicar como esses animais se tornaram gigantes, passando dos 30 metros (m) de comprimento. Análises de tomografia computadorizada mostraram que M. itaquii tinha espaços ocos nos ossos do pescoço e das costas, a partir dos quais se formaram os sacos aéreos, semelhantes aos encontrados hoje nos pássaros. Essa característica, portanto, parece ser mais antiga do que se supunha. “Macrocollum foi o maior dinossauro de seu tempo, com cerca de 3 m. Poucos milhões de anos antes, a maior parte dos primeiros dinossauros tinha em torno de 1 m. Os sacos aéreos facilitaram esse aumento de tamanho ao longo da linhagem evolutiva”, disse à Agência FAPESP o paleontólogo Tito Aureliano, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), à frente do estudo que levou a essas conclusões. Evidências anteriores indicavam que os sacos aéreos só teriam surgido bem depois de Macrocollum, há cerca de 190 milhões de anos (The Anatomical Record, março).
Uma das vértebras com estruturas semelhantes a sacos aéreos
Aureliano, T. et al. The Anatomical Record. 2023
Imagem de capa: Márcio L. Castro
Edição 330 da Revista Pesquisa Fapesp.