Clipping
Como a pesquisa e a inovação podem lidar com controvérsias científicas e trazer resultados mais sustentáveis e inclusivos para a população? De acordo com o conceito de pesquisa e inovação responsável (PIR), isso só será possível se os diversos atores sociais, como pesquisadores, cidadãos e tomadores de decisão discutirem em conjunto os aspectos éticos, sociais e legais do fazer científico, alinhando o processo de pesquisa e inovação com os valores, necessidades e expectativas da sociedade. Adotada pela Comissão Europeia no escopo do programa Horizonte 2020, a PIR defende ações voltadas a elementos considerados essenciais a uma pesquisa que responda aos anseios da população, como igualdade de gênero e acesso aberto. Desde 2016, a Comissão também financia o projeto Pesquisa e Inovação Responsável na Prática (RRI-Practice) que está mapeando 22 instituições de pesquisa e de financiamento em países dentro e fora do continente europeu para avaliar os discursos e práticas relacionados ao tema. A ideia é identificar barreiras, oportunidades e boas práticas promovidas por essas instituições, verificando como e se a PIR adere ao contexto e particularidades de cada um desses países.
No Brasil, o estudo de caso envolveu a Unicamp e a Fapesp e está sob coordenação do antropólogo Marko Synésio Alves Monteiro, professor do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Unicamp (DPCT) e líder do Grupo de Estudos Interdisciplinares em Ciência e Tecnologia (GEICT) da mesma instituição.
O apoio de agências de fomento como a FAPESP tem sido determinante para a evolução do setor no estado de São Paulo, sobretudo por meio de programas como o Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe). “Entre as agências de fomento, a FAPESP é a que mais apoia startups avançadas”, ressalta Sérgio Queiroz, coordenador adjunto de Pesquisa para Inovação da FAPESP e professor do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).