O programa Analisa discutiu o conflito no Oriente Médio e sua tragédia humanitária. Os pesquisadores Gustavo Blum e Edilson Adão Cândido da Silva, do Laboratório de Geografia Regional e de Geografia das Relações Internacionais do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp, debateram o confronto entre Israel e o grupo palestino Hamas, os ataques de Israel ao sul do Líbano e a participação do Irã. Os pesquisadores denominaram o conflito como uma “guerra de devastação”. “Estamos vendo um retrocesso de algumas das leis da guerra que a comunidade internacional estabeleceu depois da Segunda Guerra Mundial. Essa própria lógica de devastação, a lógica de considerar civis como potenciais inimigos justos, a eliminação da capacidade de manutenção da vida e a recusa de envio de assistência humanitária para aquela região por parte do governo de Netanyahu tem trazido o terror da guerra”, afirmou Blum. Nesse aspecto, Cândido da Silva explica o conceito de terrorismo e questiona as narrativas em torno dessa definição. “É claro que o ato do Hamas é um ato terrorista, mas o que faz Benjamin Netanyahu não é menos terrorismo. Terrorismo é ataque a civis sem prévio aviso, a surpresa do ataque a alvo civil. E o que está acontecendo na Faixa de Gaza? 41 mil mortes. O que aconteceu repentinamente no Líbano em que, do dia para a noite, 1 milhão de pessoas foram deslocadas?”