Impactos meteoríticos são um raro tipo de processo geológico que, por suas características extremas de pressão e temperatura, são capazes de promover transformações permanentes em rochas crustais. As marcas resultantes são as estruturas denominadas “crateras de impacto”. Com o passar do tempo as crateras são geralmente modificadas por processos erosivos, tectônicos e sedimentares característicos da dinâmica geológica da Terra, até serem completamente removidas da sua superfície. Por esse motivo, o registro geológico de impactos na Terra é bastante incompleto, com tendência à preservação das crateras de maior porte e relativamente mais jovens. A maioria das crateras conhecidas na Terra se encontra em um estágio parcial de preservação, recebendo a denominação de “astroblemas”. São conhecidas atualmente cerca de 200 estruturas dessa natureza na Terra. Na América do Sul há onze estruturas formadas comprovadamente por impactos meteoríticos, sendo que as nove maiores e mais antigas estão no Brasil. Elas são parte de duas bacias sedimentares intracratônicas fanerozoicas, a do Paraná e a do Parnaíba. Suas idades estimadas variam da transição Permotriássica ao Cretáceo Superior. Neste artigo é apresentada uma síntese sobre o atual estado de conhecimento geológico dessas estruturas, bem com suas principais características geológicas e geofísicas. São feitas também considerações sobre ações específicas de geoconservação e geopatrimônio.
Palavras-chave: Estrutura de impacto, Cratera de impacto, Astroblema, Corpos celestes, Geologia planetária